quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

Sem título I

Parece que a solidão incomoda mais às pessoas ao redor que ao solitário. Eles a veêm como uma doença, em vez de uma opção. Na verdade, não é uma opção, mas sim a falta dela. Relatório da madrugada de 25 de dezembro, tudo ocorreu conforme o esperado. Ao que percebo, o álcool ainda faz algum efeito em meu cerébro. Tenho uma leve dificuldade em organizar as idéias somado à apatia e ao sono, o que me impede de descrever melhor àquilo que me trouxe aqui, numa noite festiva, cheia de falsas comunhões e pessoas que não parecem notar minha ligeira misantropia e desalento para com tais rituais. Tudo parece tão mecânico e falso, o fazem para "cumprir tabela", como disse alguém que um dia se mostrou decepcionado com o meu desinteresse nesses rituais sociais, taxando de frieza o meu posicionamento em relação à essas questões. É evidente que minha condição não me agrada, mas não vejo outras possibilidades senão ser aquilo que não sou. Enxergo com demasiada clareza o caráter dessas meras representações sociais, e esse suposto conhecimento me impossibilita de agir da forma que eu deveria, se quisesse amenizar minha aparente solidão, mas não a solidão em essência, a solidão de pensamento, a solidão do meu ser, da minha singular diferença. Se fui pedante, então digo que foi a única forma que encontrei de expressar o que sinto ou me aproximar disso. Há coisas que gostaria de dizer mas não sei como dize-las...

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Tudo já foi dito.

Tudo já foi dito, e também daí venha minha frustração com as palavras... Não há nada que pensemos que não tenha sido dito por alguém, algum dia, em algum lugar. Cada vez mais os pensamentos que entram para o grupo dos clichês são mais numerosos e por isso eu acho que aquele que consegue expressar um sentimento jamais descrito é um verdadeiro poeta. Sentimentos são coisas muito abstratas e difíceis de definir em palavras... Talvez por esses motivos eu goste tanto de música instrumental, pra mim elas carregam uma quantidade inimaginável de sentimentos em suas melodias. E nisso as bandas de post-rock são muito boas! Fazer música sem palavras mas que ainda assim tenham tanto a dizer. God Is An Astronaut, Godspeed You! Black Emperor ultimamente têm sido as minhas preferidas. Não conheço muito do estilo, até porque é um estilo muito recente e ainda pouco difundido, e pra mim isso é bom. A partir do momento que algo torna-se do conhecimento geral, essa coisa deixa de ter significado pessoal e passa a ser nada além de cultura de massa... Talvez eu esteja errado, mas é o que eu penso, no momento.

sábado, 20 de dezembro de 2008

Putas Vendidas

É isso que somos. Exigem-nos que estudemos feito porcos para entrar numa faculdade, estudar mais ainda pra depois trabalhar até ficarmos velhos e caquéticos para quem sabe então desfrutarmos do dinheiro que juntamos ao longo desse tempo. E se me perguntarem o que eu sugeriria então, eu responderia: não sei. Não vejo espaço algum pra qualquer outra opção de vida no mundo em que vivemos. Ou nos adequamos ao modelo ou nos excluímos. Não estude e não trabalhe e verá o que dirão de ti! A sociedade está voltada para a formação de profissionais, meros peões do capitalismo, em detrimento de indivíduos pensantes e reflexivos. Estes não são tão produtivos quanto os primeiros, a medida que possuem opinião e vontade própria. No final das contas acabamos nos vendendo pelo melhor preço, e vale aqui também a lei da oferta e da procura, isto é, se as coisas estiverem difíceis, nos sujeitamos ao que for necessário pra no final do mês pagarmos as contas... Eu não. Ainda estou, neste momento, tentando ingressar na instituição formadora de putas, em geral. Não faz muito sentido pra mim, mas é o que me resta em meio a essa minha vida tão cheia de nada. Enfim, tudo em prol da grande máquina que move o mundo!

...Ah como odeio e amo o efeito que a literatura tem sobre mim, antes fosse um idiota qualquer (se já não o sou). Pensar não tem muita utilidade por essas bandas... Aprenda física e cálculo e já está de bom tamanho.

domingo, 14 de dezembro de 2008

As manhãs

Meus olhos sobressaem, ainda estáticos, de um mar de palavras. Ao redor os espelhos parecem não refletir a solidão. Estão por todos os lados, para que as pessoas se assegurem de sua representatividade externa.
Meus pensamentos tornam-se confusos e se misturam ao show de cores e luzes cuja mensagem tenta sobressair-se a qualquer forma de manifestação própria. Procuro enxergar além do oceano de cadeiras ainda esparsamente ocupadas, que tingem com uma serenidade inóspita o ambiente já envolto em densas vozes.
A movimentaçao se intensifica gradativamente e aqueles que se sentam sós vão se extinguindo um a um, sendo substituidos por outros outros, sob a luz de olhares curiosos. As horas se arrastam, mas o momento é chegado; escolho um restaurante qualquer.

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Ausência

Estarei fora pelos próximos 30 dias, tentando traçar o caminho que eles disseram ser o certo e que eu, por falta de opção melhor ou inércia, aceitei. Em função disso, estarei sem tempo pra postar coisas que eu tenho em mente e até mesmo explicar melhor o que estou dizendo, fica para mais tarde. Aqui vamos nós.

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Resound

I scream to the abyss and the only thing I hear are echoes.